terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O JESUS IMATÁVEL


O Jesus imatável
Se Jesus não tivesse entregado a si mesmo, ninguém o teria entregado” (Santo Agostinho)
(Artigo Revista ultimato)

Para abordar a riqueza toda de Jesus Cristo não há outro jeito se não inventar palavras, como imatável. Que soa melhor do que inassassinavel.
Que Jesus rompeu os grilhões da morte “porque era impossível. que a morte o retivesse” (At. 2.24), todo mundo sabe. Que Jesus estava com Deus e era Deus no principio mais distante no tempo e no espaço (Jo 1.1), ninguém duvida. “Que Jesus é o Alfa e o Ômega”, o que é, o que era há de vir “(AP 1. 8 ), os verdadeiros cristãos professam com absoluta segurança.Mas que Jesus é imatável, soa como surpresa para muita gente .
Talvez não haja palavras mais apropriadas para mostrar a autoridade de sobre sua própria vida. Jesus é imatavél porque ele não pode em hipótese alguma e em tempo algum ser morto. Foi o Senhor mesmo quem declarou: Ninguém [...] tira {a minha vida} de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebeu de meu Pai “(Jo 10.18). Todas as vezes que os cristãos comemoram a morte vicaria e a ressurreição de Jesus por meio da celebração da ceia do Senhor, a idéia do Jesus imatavél vem á tona. Pois o oficiante repete as palavras de Jesus pronunciadas no cenáculo na noite de quinta para sexta-feira da semana da paixão: “Isto é o meu corpo, que é dado [ou entregue ou partido] em favor de vocês” (1co 11.24). Quando o verbo tornou-se           carne e viveu entre nós, visível, audível e palpável, por um período em torno de 33 anos, houve pelo menos três serias tentativa de morte contra ele, todas infrutíferas, o que naturalmente reforça a tese do Jesus imatável.
Primeira tentativa
Quando o rei Herodes, o Grande, ouviu os magos se referirem a Jesus como “rei dos Judeus”, ele se perturbou e tentou localiza o recém nascido em Belém para lhe tirar a vida. Como os magos não lhe deram a informação, Herodes “ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades” (MT 2.16). Ora, Herodes era um adversário de peso, um homem sem escrúpulos, perigoso e cruel, que já havia mandado matar a sogra Alexandra, os cunhados Aristóbulo e Costobardes, a esposa Mariane e os filhos Alexandre e Antipatro. Ele tinha 70 anos na época da matança dos inocentes de Belém, uns vinte meninos de peito. Mas Jesus não estava entre eles, pois José, por orientação divina, já o havia lavado a salvo para o Egito (MT 2.13-14).
Segunda tentativa
            “Jesus tinha cerca de trinta anos quando começou o seu ministério” (Lc 3.23) Certo sábado, entrou na sinagoga de Nazaré, cidade da Galileia, onde havia crescido, leu duas passagens de Isaias (28.6; 61.1-2) e acrescentou solenemente: “Hoje se cumpriu a Escrituras que vocês acabaram de ouvir”. Todos os escutavam com interesses e admiração, mas quando Jesus engrossou o discurso, eles reagiram: Todos na sinagoga se indignaram [e] levantando-se, expulsaram-no para fora da cidade e o levaram a um precipício da morte sobre o qual estava construída a cidade com intenção de precipitar-lo da La (Lc4. 28-29, BP).
            Que Jesus correu serio risco de vida nesse lugar e nesse momento, não resta à menor duvida. Ele estava no meio de pessoas “tomadas de cólera (na versão da comunidade de Taizé) e num lugar perigoso (a beira de um abismo), porem nenhum mal lhe aconteceu, pois Jesus estranhamente passou pelo meio da multidão e foi embora” (Lc4. (30 NTLH) > então ele se dirigiu para cafarnaum, mais u ma cidade ao noroeste do mar da Galileia.
Terceira tentativa
Por não ter principio nem fim, por ser auto- existente, por ser eterno obviamente Jesus era mais velho que todos os personagens do Antigo Testamento, tais como Isaias (que viveu 700 anos antes de seu nascimento), Davi (que viveu 1.000 anos antes), Moises (que viveu1. 500 anos antes) e Abraão (que viveu 2.000 antes). Isso quer dizer que Jesus não mentiu NE blasfemou ao declarar aos judeus com toda a simplicidade e clareza: “Apura verdade é que eu já existia antes de Abraão nascer! (Jo 8.58, Bv). Na verdade, Jesus foi muito mais peremptório, por ter usado o titulo divino “Eu Sou” (ou” Eu Existo”),
Cujo verbo está no presente. Foi com esse nome que Deus se apresentou a Moisés quando o incumbiu de retirar o povo de Israel do Egito (Êx3. 14-15).
Porque não reconhecia Jesus como deus em figura humana, Os Judeus não acreditaram nele e entenderam que ele estava blasfemando o santo nome de Deus e, portanto, de acordo com a lei, era réu de morte (Lv 24.15-16). “Então eles apanharam, pedras para apedrejá-lo” (Jo 8.59). O Evangelho de João não entra em detalhes, assim como o de Lucas no episódio anterior, de Nazaré. Diz apenas: “Jesus se ocultou [ou se escondeu] e saiu do templo”.
      Em nenhum momento de sua permanência no Tempo e na história, Jesus abriu mão de sua divindade nem de sua humanidade
O que aconteceu na sexta-feira
A prisão e a morte de Jesus na sexta feira anterior à ressurreição não colocam em dúvida a sua já citada declaração: “Ninguém tira a minha vida de mim”. Nem desacreditam a sábia observação de santo Agostinho: “Se Cristo não tivesse entregado a si mesmo, ninguém o teria entregado”. Alias, é pertinente lembrar que Jesus não é apenas imatavel. Ele é também imprendivel. Embora os Judeus tivessem tentado prende-lo varias vezes, não conseguiram porque, como João mesmo registra, ”há sua hora [de ser preso e morto] ainda não havia chegado” (Jo 7.30, 32, 44-49; 8.20; 10.39). Ambos os infortúnio (prisão e morte) e ambas as manifestações gloriosas (ressurreição e ascensão) estavam em sua agenda e iriam se concretizar no tempo oportuno, uma coisa depois da outra. Quando chegaram à hora exata de sua prisão e morte, o próprio Jesus o admitiu: ”Eis que se aproxima o momento, e já chegou”
(Jo 16.32, TZ). Somente aí, na manhã de sexta feira, nem antes nem depois, morto. Poucos dias antes, frente ao sofrimento preste a chegar, o Senhor suspirou: Agora estou sentindo uma grande aflição. O que é que vou dizer? Será vou dizer: Pai livra-me desta hora de sofrimento?
Não! Pois foi para passar por esta hora que eu vim “(Jo 12.27, NTLH).
Antes de afirmar que ninguém teria o poder ou a ocasião de lhe tirar a vida, Jesus se apresentou como bom pastor não-mercenario: “O bom pastor dá sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Em meio aos acontecimentos da sexta-feira da paixão há pelo menos mais duas evidencias de que Jesus é de fato imatavel. Quando Pedro puxou a espada para defender o Senhor no Jardim de Getsêmani, Jesus ordenou que ele recolhesse a arma e lhe disse: “você não percebe que eu poderia pedir ao meu pai milhares de anjos [mais de doze legiões de seis mil seres extra -terrestres]para nos protegerem,e Ele os mandaria no mesmo instante?(Mt 26.53,BV).Em outras palavras, Jesus estava explicando:”Eu posso escapar de mais esta seria tentativa de morte, como escapei das anteriores, mas,desta vez,não o farei”. Quando pôncio Pilatos caiu na asneira de dizer a Jesus que,na qualidade de governador romano,tinha poder para libertá-lo ou crucificá-lo, o Senhor respondeu de pronto :”Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima”(Jo 19.10).
A inefável generosidade de Deus
Ninguém deve nem sequer imaginar que a renúncia de Jesus em usar sua ilimitada autoridade (MT 28.18) e seus extraordinários recursos em favor da liberdade e da vida foi Algo suportável e fácil, á vista de sua dupla natureza (humana e divina). Naquele dia sombrio (as trevas cobriram toda a terra do meio-dia ás três horas da tarde), Jesus deixou-se prender (ele foi amarrado, algemado) e deixou-se matar (ele foi espancado, esbofeteado, açoitado, ferido e crucificado). Jesus não foi anestesiado antes de ser desprezado e rejeitado pelos homens, atingido e afligido por Deus (como representante do homem pecador), traspassado e esmagado por causa de nossa iniqüidade, e finalmente levado para o matadouro e eliminado da terra dos viventes (Is 53). Durante os seus trinta e poucos anos de permanência no tempo e na historia e na companhia dos homens (Jo 1.14), em nenhum momento Jesus abriu mão de sua divindade nem de sua humanidade. Na madrugada daquela sexta-feira no getsêmani, Jesus começou a entristecer-se e angustiar-se e desabafou com seus discípulos: ”a minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal” (MT 26.38). “Ele chegou a desejar o afastamento do cálice de sofrimento e morte, na famosa oração três feita com o rosto em terra:” Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice: contudo não seja como eu quero [neste momento], mas sim como tu queres “(MT 26.39). A prisão e a morte de Jesus cristo não foram encenações teatrais, mais experiências vividas. Os dois infortúnios atingiram aquele corpo gerado pelo Espírito Santo no ventre de uma mulher virgem, que quase foi morto por Herodes ao nascer e que então morreu por sua espontânea vontade. É por isso que os celebrantes da santa ceia repetem sempre: “Isso é o meu corpo, que é dado em favor de vocês” (1CO 11, 24,). Paulo deixa bem claro que a reconciliação entre Deus e os homens foi feita “por meio da morte do seu próprio corpo humano na cruz “(Cl 1.22, Bv).
Porque Jesus é imprendivel e imatavel, mas deixou-se prender e matar em beneficio da nossa plena rendeção, “agradeçamos a Deus o presente que ele nos dá [o próprio e único filho], um presente que palavras não podem descrever” (2CO 9.15, NTLH)! 
(artigo extraído, ultimato)


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